Manifestações ocorreram nas cidades de Foz do Iguaçu e Medianeira

Educadores das redes estadual e municipal de ensino, servidores de órgãos federais, comerciários e estudantes protestaram contra a reforma da Previdência em frente às agências do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) de Foz do Iguaçu e Medianeira nesta sexta-feira, 17. A mobilização convocada pela APP-Sindicato/Foz integrou a agenda da greve dos trabalhadores em educação do Paraná.

As manifestações são contrárias às mudanças na aposentadoria defendidas pelo governo federal. Para os trabalhadores, a proposta de reforma previdenciária promove na prática o desmonte do sistema de aposentadoria, prejudicando todas as categorias profissionais. Os participantes dos protestos denunciaram ainda que a alegação de que a Previdência é deficitária não passa de um engodo do governo para justificar as alterações.

De acordo com o presidente da APP-Sindicato/Foz, Fabiano Severino, há estudos de várias instituições que demonstram a viabilidade financeira da Previdência Social brasileira. Para o dirigente sindical, o governo nega-se a realizar uma auditoria no sistema, como pedem os sindicatos, para poder continuar desinformando a população. Severino lembrou que os trabalhadores não podem ser prejudicados com as mudanças, pois os valores previdenciários recolhidos são descontados na folha de pagamento mensalmente.

“Não há reforma, há o fim da aposentadoria, um direito histórico conquistado pelo povo com muita luta. Os trabalhadores não podem ser penalizados, pois as contribuições são extraídas do salário para garantir o futuro dos profissionais que trabalham a vida toda”, disse Fabiano Severino. “O governo quer acabar com o direito à aposentadoria para usar esse dinheiro no pagamento de juros da dívida pública, beneficiando bancos e instituições financeiras”, completou.

Fundos de previdência

Severino lembrou que os servidores do Paraná tiveram o fundo de previdência confiscado pelo governo em 2015. O valor de R$ 8 bilhões foi retirado da conta destinada à aposentadoria do funcionalismo para ser utilizado no pagamento das contas gerais da gestão estadual. Por isso, disse o presidente da APP-Sindicato/Foz, a reforma da Previdência terá um impacto muito grande na categoria, causando apreensão e instabilidade entre os funcionários públicos.

“Nosso fundo previdenciário foi tomado pelo governo com muita violência contra os servidores estaduais. Entretanto essa triste realidade não afeta apenas a nossa categoria. Outros fundos de aposentadoria mantidos por funcionários públicos também acabam desaparecendo, como é o caso do FozPrevi, dos trabalhadores do município de Foz do Iguaçu”, ressaltou. “A reforma da Previdência não acaba somente com direitos, implica aumento das desigualdades sociais no país”, finalizou.

Reforma afeta os mais pobres

O diretor do Sindprevs/PR (Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Ação Social), Paulo Weber, acredita que a reforma previdenciária prejudicará todos os trabalhadores, afetando principalmente os mais pobres, que possuem renda salarial menor.  Para ele, as alterações apresentadas pelo governo federal acabam com o direito à aposentadoria para a grande maioria dos trabalhadores.

Weber afirma que a reforma da Previdência abrange os trabalhadores da iniciativa privada e do serviço público. “Ninguém escapa da reforma proposta pelo governo, todos os trabalhadores saem perdendo, mas quem tem renda menor será mais prejudicado. Professores e trabalhadores rurais também serão categorias bastante afetadas”, disse. “Os jovens que estão entrando no mercado de trabalho ficarão sem garantias de futuro”, concluiu.

Principais mudanças na aposentadoria

– Aumenta para 49 anos o tempo de contribuição.

– Impõe idade mínima de 65 anos, podendo chegar a 70.

– Iguala em 65 anos a idade entre homens e mulheres.

– Acaba com a aposentadoria especial para professores e trabalhadores rurais.

– Trabalhador só conseguirá aposentar-se no fim da vida ou muito doente.