Porto Meira: escolas retomam aulas a espera de reformas pelo Governo de Estado
Parte das escolas da rede estadual de educação atingidas pelo temporal de granizo que afetou a região do Porto Meira, em Foz do Iguaçu, retomam as atividades a partir desta segunda-feira (14). As aulas serão reiniciadas nos colégios Gustavo Dobrandino e parcialmente no Juscelino Kubitschek de Oliveira, sem que o Governo do Estado tenha realizado […]
Parte das escolas da rede estadual de educação atingidas pelo temporal de granizo que afetou a região do Porto Meira, em Foz do Iguaçu, retomam as atividades a partir desta segunda-feira (14). As aulas serão reiniciadas nos colégios Gustavo Dobrandino e parcialmente no Juscelino Kubitschek de Oliveira, sem que o Governo do Estado tenha realizado o conserto da estrutura afetada pelas fortes chuvas.
No Colégio Gustavo Dobrandino, no Parque Patriarca, 12 salas de aulas permanecem com o telhado completamente perfurado pelo granizo e as vidraças das janelas estão quebradas. A direção da escola informou que enviou relatório dos estragos para o Núcleo Regional de Educação (NRE) de Foz do Iguaçu um dia após o temporal, mas até agora não chegou nenhuma ajuda.
De acordo com a diretora auxiliar, Karen Schossler, integrantes da equipe do NRE sugeriram que a escola utilize a verba do fundo rotativo para cobrir as despesas, mas a educadora lembra que este recurso não é suficiente nem mesmo para as despesas diárias de manutenção das escolas devido ao corte do valor aplicado pelo governo e pela falta de correção inflacionária do fundo. “Estamos retornando às aulas para que os alunos não sejam mais prejudicados, mas precisamos torcer para não chover novamente”, revela a educadora.
No Colégio Juscelino Kubitschek de Oliveira, no Jardim das Flores, os educadores estudam retomar as aulas de forma parcial, através de rodízio. A escola está em situação precária e somente 5 salas podem ser utilizadas, ainda que nestas salas o reflexo da luz do sol atrapalhe as atividades educativas. Além disso, falta luz elétrica, há muita água infiltrada nas lajes e as salas estão encharcadas.
Já no Colégio Três Fronteiras, no Porto Meira, não há previsão para o retorno das aulas, pois a escola foi bastante atingida pelas chuvas. A direção do colégio também encaminhou pedido de ajuda para o NRE, mas até o momento não obteve nenhuma resposta. O Três Fronteiras, mesmo sem aulas, continua recebendo doações que são distribuídas aos desabrigados.
Nas três escolas estaduais da região do Porto Meira, os educadores permanecem mobilizados, ajudando e apoiando a população do bairro em todas as suas necessidades.
FALTA DE GOVERNO
Recentemente, o governador Beto Richa esteve em Foz do Iguaçu e percorreu as áreas atingidas pelo temporal. Entretanto, uma semana depois da chuva que deixou 15 mil casas danificadas e afetou quase 60 mil iguaçuenses, o Governo do Estado não apresentou nenhuma ajuda concreta e os técnicos da Defesa Civil Estadual ainda realizam trâmites administrativos.
Em sua visita a região, Beto Richa não mostrou nenhum respeito com os educadores, pois não visitou nenhuma das escolas estaduais prejudicadas pelo temporal e que se converteram em centro de apoio à população.
A diretora da APP-Sindicato/Foz, Cátia Ronsani de Castro entende que o governo estadual deveria ter reunido servidores da saúde e de outras áreas para apoiar o mutirão humanitário, imediatamente após as chuvas. “Fica claro que o governo tem mais interesse em mobilizar o seu efetivo repressivo contra trabalhadores em luta por seus direitos do que em cumprir a sua finalidade que é proteger a população, apoiar as comunidades em momentos difíceis como este vivido no Porto Meira”, expressa Cátia Ronsani Castro.
A morosidade do governo diante de tamanha tragédia contrasta com a rapidez e o volume de forças, materiais e recursos mobilizados pelo Governo do Paraná durante as manobras para aprovar o confisco da aposentadoria dos servidores, na Assembleia Legislativa. Durante o massacre de 29 de abril, o governo envolveu 2,5 mil policiais que dispunham de 2.323 balas de borracha, 1.413 bombas e 25 garrafas de spray de pimenta. A “batalha do Centro Cívico” custou ao contribuinte paranaense R$ 950 mil.
Vale lembrar que Foz do Iguaçu elegeu um parlamentar e uma deputada que integram partidos políticos da base aliada do governador Beto Richa.
Enquanto o poder público segue em passos lentos, a população de Foz do Iguaçu não mediu esforços e nem esperou estudos para ajudar. Uma poderosa rede de solidariedade envolveu toda a comunidade iguaçuense no apoio às vítimas da chuva, pois quem tem fome e frio ou está sem casa não pode esperar.
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