Mulheres pedem fim da violência de gênero e paz na Palestina durante marcha em Foz do Iguaçu
As desigualdades, como os salários mais baixos às trabalhadoras, também foram pauta do protesto.
Vítimas de feminicídio em Foz do Iguaçu foram homenageadas com o simbolismo de cruzes e velas na Praça da Paz. Foto: Fernando Benega - Marcha das Mulheres
Em mais uma edição, realizada sempre no dia 8 de março, a Marcha das Mulheres fez ecoar pelas ruas de Foz do Iguaçu o pedido para o fim da violência de gênero e o feminicídio, assim como a paz na Palestina. Desigualdades, como os salários mais baixos das trabalhadoras em relação aos dos homens, também foram questionadas.
Neste ano, mais de 30 organizações e coletivos de mulheres organizaram o movimento. A mobilização começou no Bosque Guarani, seguindo em passeata pelas ruas e avenidas centrais, com falas das mulheres, cartazes e faixas. Na Praça da Paz, houve ato político e apresentações culturais.
A violência foi uma das principais pautas da marcha, com cobrança de políticas governamentais de enfrentamento. Em 2023, conforme dados oficiais, foram 6.887 registros em que as vítimas são mulheres, e 14 ataques que culminaram em sete feminicídios – essas vítimas foram homenageadas durante o protesto.
A Marcha das Mulheres ainda amplificou o protesto contra a discriminação e o abuso moral no local de trabalho, e enfatizou o protagonismo da mulher como agente das transformações que cobra na sociedade. “Não nos submetemos ao machismo e ao patriarcado, promotores de desigualdades, violência e morte de mulheres”, frisou Madalena Ames, professora e uma das organizadoras da mobilização.
Memória
A marcha percorreu vias como as avenidas JK e Brasil, em que as mulheres expunham fotos de vítimas de feminicídio em Foz do Iguaçu, denunciando a violência de gênero. O que foi considerado massacre de mulheres e crianças na Palestina também foi ressaltado, com pedido de cessar-fogo e garantia de assistência humanitária integral, com alimentos, água e assistência em saúde.
Presentes à passeata, mulheres libanesas reforçaram o pedido de criação de um Estado palestino soberano. A palestina Jana Chehab, filha de libaneses, realçou a importância do ato. “A marcha não apenas denúncia a violência contra a mulher e a desigualdade nos espaços de poder. Também exige o cessar-fogo na Palestina, pois é inadmissível que mulheres e crianças sigam sendo assassinadas e as autoridades não barrem o governo de Israel de seguir matando”, cobrou.
Homenagem
Na Praça da Paz, o ato foi dividido em apresentações culturais e falas sobre a importância da democracia e de se combater os discursos de ódio e misoginia. Foram colocadas sete cruzes e acessas velas em homenagem às sete vítimas de feminicídios em Foz do Iguaçu no ano passado.
(AI Marcha das Mulheres)