Modelo de gestão participativa do Hospital Municipal se consolida e abre espaço para a integração de novos parceiros
O Hospital Municipal vive hoje uma nova fase. Tornou-se referência regional em saúde pública, tendo consolidado um modelo de gestão que garante a eficiência dos serviços, a institucionalização do quadro de pessoal, a transparência e a participação da sociedade. Os indicadores comprovam esses avanços. Ao todo, são cerca de 640 mil usuários, considerando a chamada […]
O Hospital Municipal vive hoje uma nova fase. Tornou-se referência regional em saúde pública, tendo consolidado um modelo de gestão que garante a eficiência dos serviços, a institucionalização do quadro de pessoal, a transparência e a participação da sociedade.
Os indicadores comprovam esses avanços. Ao todo, são cerca de 640 mil usuários, considerando a chamada população referenciada. Em média, são 30 mil consultas gratuitas mensais e índice de 96% de aprovação dos serviços entre pacientes e familiares.
Em 2018 foram realizadas 9.653 internações, 5.959 cirurgias (eletivas e de urgência) e 12.573 atendimentos no pronto-socorro do hospital. Além disso, possui o menor orçamento e o menor custo anual por leito entre os principais hospitais do interior do Paraná, conforme a tabela abaixo:
Hospital | Leitos | Orçamento anual | Custo anual por leito |
Hospital de Foz do Iguaçu | 187 | R$ 85.550.626,58 | R$ 457.489,98 |
Hospital de Cascavel | 238 | R$ 197.817.753,00 | R$ 831.167,03 |
Hospital de Maringá | 122 | R$ 156.796.179,00 | R$ 1.285.214,58 |
Hospital de Londrina | 291 | R$ 343.294.408,00 | R$ 1.179.705,87 |
Fontes: Lei Orçamentária Anual 2019 do estado do Paraná e www.hmpgl.com.br
União da sociedade civil e do poder público
Esse novo modelo começou em novembro de 2017, quando a gestão do prefeito Chico Brasileiro (PSD) – por meio da Fundação Municipal de Saúde – assumiu a administração do hospital, até então sob intervenção do Governo do Estado.
Naquele momento crítico vivenciado pelo hospital e devido à extrema relevância do tema para a cidade, a sociedade civil organizada local se colocou à disposição da administração municipal para auxiliar nessa nova fase, por meio do apoio do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu (Codefoz), que mobilizou parte das entidades que o compõem para a reestruturação da gestão e do Conselho Curador da Fundação Municipal de Saúde, implementando uma gestão participativa.
De acordo com Mario Camargo, presidente do Codefoz, “a atuação da Câmara Técnica de Saúde do Codefoz foi decisiva para a recomposição e o funcionamento do Conselho Curador da Fundação Municipal de Saúde, por entender que só com a união da sociedade e o poder público iríamos superar a crise do hospital”.
A participação da sociedade civil contou com o apoio do prefeito Chico Brasileiro, o que possibilitou grandes avanços na gestão do hospital. Uma das primeiras ações foi criar o Portal da Transparência no site da casa de saúde, para o cidadão acompanhar a aplicação de todos os recursos.
Conforme Sérgio Fabriz, diretor do Hospital Municipal, as medidas de transparência e controle dos gastos foram abrangentes. “Fizemos o mapeamento e passamos a acompanhar todos os processos, regularizamos as condições dos servidores, profissionalizamos as compras e as licitações e instituímos a controladoria. Isso resultou em governabilidade e na correta aplicação do dinheiro público.”
Missão cumprida
Para Danilo Vendruscolo, presidente da Câmara Técnica de Saúde do conselho, a atuação do Codefoz foi uma situação de exceção. “Agora, passado um pouco mais de um ano e meio do início de nosso trabalho e tendo cumprido nossa missão, estamos nos desligando do Conselho Curador e buscando que mais instituições sejam incorporadas a este processo.”
Segundo Vendruscolo, a contribuição do Codefoz na área da saúde de Foz do Iguaçu continuará sendo intensa. “Vamos seguir atuando no assessoramento ao poder público a partir do trabalho da Câmara Técnica de Saúde, que possui um planejamento estratégico elaborado pelas diversas instituições que a compõem, com ações e metas definidas para as áreas de urgência e emergência, de média e alta complexidade e de atenção básica”, esclarece.
Câmara Técnica de Saúde
Dentro do planejamento estratégico da Câmara Técnica, destacam-se três ações de apoio ao hospital, consideradas prioritárias:
- Revisão e atualização do estatuto da Fundação Municipal de Saúde, para a consolidação e ampliação do modelo de gestão implementado;
- Transformação/credenciamento da unidade em Hospital de Ensino, viabilizando a ampliação de repasses financeiros federais e estaduais, de novos investimentos e de parcerias com universidades para ensino técnico e superior na área de saúde;
- Apoio na articulação para a busca de financiamento e investimentos no hospital.