Greve paralisa 90% das escolas estaduais
Paralisação dos educadores é por tempo indeterminado Os trabalhadores em educação suspenderam as aulas em 90% das escolas da rede estadual de ensino nesta quarta-feira, 15, no primeiro dia da greve da categoria. A paralisação dos educadores é por tempo indeterminado e foi deflagrada em ato público realizado na Praça das Nações (Mitre), reunindo centenas […]
Paralisação dos educadores é por tempo indeterminado
Os trabalhadores em educação suspenderam as aulas em 90% das escolas da rede estadual de ensino nesta quarta-feira, 15, no primeiro dia da greve da categoria. A paralisação dos educadores é por tempo indeterminado e foi deflagrada em ato público realizado na Praça das Nações (Mitre), reunindo centenas de professores, agentes educacionais e representantes de 13 sindicatos trabalhistas que atuam em Foz do Iguaçu.
O início do movimento dos servidores das escolas estaduais de Foz do Iguaçu e região aconteceu durante a greve geral nacional, desencadeada em quase todos os estados brasileiros. A mobilização reuniu dirigentes de entidades sindicais que representam professores municipais, eletricitários, comerciários, rodoviários, trabalhadores em turismo e servidores do Poder Judiciário, de institutos federais e das universidades públicas.
O secretário de Organização da APP-Sindicato/Foz, Silvio Borges Junior, explicou que a paralisação dos educadores integra a mobilização nacional dos trabalhadores contra as reformas da Previdência e trabalhista, propostas pelo governo federal. O dirigente sindical enfatizou, porém, que a greve de professores e agentes educacionais não tem previsão para terminar, já que a pauta inclui reivindicações estaduais.
“Com a reforma da Previdência, o Governo Temer pretende manter educadores com 70 anos de idade trabalhando nas escolas, pois vai acabar com a aposentadoria especial dos professores, aumentar o tempo de contribuição e igualar em 65 anos a idade mínima para homens e mulheres terem direito ao benefício”, ressaltou Silvio. “Não se trata de reforma, mas de desmonte da aposentadoria, um direito de todos os trabalhadores”, completou.
Distribuição de aulas e hora-atividade
Além das reivindicações nacionais, os educadores cobram do Governo do Paraná a edição de uma resolução para a distribuição de aulas que garanta a hora-atividade de 33%, reduzida ilegalmente pelo governo no início do ano. Os servidores ainda exigem o fim das punições aos professores que cumpriram afastamentos em 2016, o cumprimento da lei do piso nacional e o pagamento da reposição salarial decorrente da inflação, a data-base.
“O governador impôs uma resolução autoritária e ilegal. Professores que estão doentes foram proibidos de receber aulas, e outros sete mil estão desempregados”, salientou a secretária de Comunicação da APP-Sindicato/Foz, Mirian Takahashi. “A categoria está respondendo aos ataques do governo com união e disposição para resistir. Estamos levando o debate para a comunidade, pois os estudantes são os principais prejudicados pelo desmonte da escola”, concluiu.
Unidade dos trabalhadores
O ato de deflagração da greve geral nacional, na Praça das Nações (Mitre), contou com representantes de 13 sindicatos, que denunciaram os diversos projetos do governo federal que pretendem retirar direitos dos trabalhadores. Participaram da mobilização dirigentes da APP-Sindicato/Foz, Sinprefi, Sindutec, Bancários, Sindiprevs/Fenasps, Sesunila, Sinditest, Sinecofi, Sindijus, Sinefi, Rodoviários e STTHFI.
A presidente do Sinprefi (Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu), Maria Rice, destacou os vários projetos em andamento que visam a sucatear os serviços públicos. “O governo está atacando os serviços públicos e prejudicando toda a população. Além da reforma da Previdência, pretende acabar com a legislação trabalhista e eliminar direitos. A educação municipal vai continuar mobilizada, denunciando esses projetos”, afirmou.
O presidente do Sinefi (Sindicato dos Eletricitários de Foz do Iguaçu), Assis Paulo Sepp, ressaltou a união entre as diversas entidades sindicais. “Estamos no primeiro momento de uma grande luta que devemos fazer conjuntamente, entre todos os trabalhadores. A reforma trabalhista vai gerar milhões de desempregados, e a previdenciária acaba com a aposentadoria. Precisamos irradiar essas informações para as demais categorias”, disse.
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