Representantes sindicais dos três países em reunião em Foz do Iguaçu.

Representantes sindicais dos três países em reunião em Foz do Iguaçu.

Representantes sindicais dos três países em reunião em Foz do Iguaçu.

A cidade de Foz do Iguaçu irá sediar a I Jornada dos Trabalhadores em Educação da Tríplice Fronteira, nos dias 14 e 15 de abril de 2016, no campus da Unioeste. O encontro irá reunir 300 profissionais da educação da Argentina, Brasil e Paraguai, sendo organizado de forma colaborativa entre a União dos Docentes da Província de Missiones (UDPM), APP-Sindicato e União Nacional dos Educadores (UNE-SN), sindicados dos três países com atuação na fronteira.

O objetivo do fórum é analisar a crise capitalista na América Latina e suas implicações na educação, especialmente, o processo de mercantilização do sistemas nacionais de ensino, que prevê o desmonte sistemático da escola pública e a retirada de direitos dos trabalhadores. A programação do evento terá palestras com docentes e pesquisadores em educação dos três países, debates, passeata na região central da cidade e apresentações culturais.

Conforme explica Fabiano Severino, presidente da APP-Sindicato/Foz, a meta é constituir um espaço contínuo de atuação. “Queremos criar um fórum fronteiriço permanente, pois temos muito a aprender e um tanto a ensinar. Há um avanço do capital sobre a educação em toda a América Latina, por isso, estamos buscando a integração entre os sindicatos para uma atuação também regional, entre argentinos, brasileiros e paraguaios”, enfatiza.

Reunião em Foz acertou detalhes da I Jornada Trinaiconal da Educação
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 Jornada Trinacional da Educação será em abril de 2016, na Unioeste/Foz.

A integrante da Comissão Diretiva da União Nacional dos Docentes da Província de Missiones (UNCP), Monica Estigarribia, destaca a importância da aproximação entre as representações de trabalhadores da educação. “Será uma oportunidade para compartilhar perspectivas de avanço e também as deficiências. Vamos trocar ideias e experiências para os sindicatos continuarem lutando pelos direitos dos trabalhadores e pela qualidade do ensino”, diz a educadora argentina.

Integração pela educação

De acordo com a pedagoga Sandra Severo Kasper, idealizadora da I Jornada da Educação da Tríplice Fronteira, integrante da base da APP-Sindicato/Foz, o encontro irá contribuir para articular e integrar os sindicatos da região, compartilhar informações e conhecimentos sobre os sistemas educacionais, a estrutura e a história das entidades, debater e identificar os problemas comuns para promover enfrentamentos conjuntos.

“Em nossas pesquisas acadêmicas, notamos que as políticas neoliberais afetam a educação em todos os países da região. Por isso, o encontro irá cumprir o papel de examinar a realidade de forma aprofundada e aproximar os trabalhadores. A nossa intenção é que a jornada se torne permanente, com realização periódica”, desta Sandra Kasper. Conforme a educadora, toda a organização do evento é colaborativa, desde a programão até o custeio.

O representante da União Nacional dos Educadores (UNE-SN), de Ciudad del Este, Paraguai, Oscar Francisco Villar, aponta o financiamento como problema  comum para os três povos. “Não há uma grande distância entre os países e a falta de investimentos é o principal problema entre todos. Por isso, vamos consolidar a nossa união, pois entendemos que onde há mais educação, há maior desenvolvimento  e menos pobreza”, anota o sindicalista paraguaio.

Congresso Estadual da APP-Sindicato

De 26 a 28 de janeiro, cerca de 800 educadores paranaenses participam do XII Congresso Estadual da APP-Sindicato, realizado em Foz do Iguaçu. Com o tema “Escola: território de luta e resistência”, o encontro é um espaço organizativo da categoria, voltado para a reflexão, a elaboração e a organização para a luta da educação. Participam do congresso delegados eleitos nos núcleos sindicais de todas as regiões do Paraná.

O congresso dos educadores acontece a cada quatro anos. No evento, serão debatidas a conjuntura política internacional, nacional e estadual, a conjuntura educacional e as bandeiras e pautas permanentes da APP-Sindicato. A 12ª edição do encontro acontece ainda sob o impacto do Massacre de 29 de Abril, episódio representativo da ofensiva do Governo do Paraná contra a escola pública e os direitos dos trabalhadores em educação.