Estudo do Observatório Social norteará ações para aumentar número de empresas locais em licitações
Somente 20% dos valores licitados por órgãos municipais ficam em Foz do Iguaçu; recursos que permanecem na cidade geram emprego e renda.
Levantamento foi discutido em reunião do Comitê Gestor de Desenvolvimento Municipal. Foto Divulgação
O poder público e a sociedade civil organizada atuarão em conjunto para aumentar o número de empresas iguaçuenses participando de licitações realizadas pelos órgãos municipais de Foz do Iguaçu. Atualmente, somente 20% das compras públicas são vencidas por empreendedores locais, com os recursos mantidos na cidade.
As iniciativas terão como referência o estudo do Observatório Social do Brasil – Foz do Iguaçu (OSB – FI) e da NK Consultoria Financeira, com o uso do sistema Inteligência de Dados Aplicados em Indicadores de Licitações 2020 (IDAIL 2020). A partir dessa ferramenta, constatou-se que, dos R$ 181,9 milhões em compras licitadas no ano passado, só R$ 37,2 milhões (20%) foram vencidos por empresas sediadas no município.
Esses dados, que abrangem todas as 316 licitações realizadas pela prefeitura e mais seis órgãos do poder público municipal em 2020, foram detalhados pela equipe técnica do OSB – FI aos integrantes do Comitê Gestor de Desenvolvimento Municipal (CGDM). A intenção é atrair mais fornecedores locais integrando e vencendo os certames de compras.
“Quando uma empresa iguaçuense vence uma licitação, ela promove o desenvolvimento da nossa cidade, fortalecendo o seu negócio, criando novas oportunidades e gerando trabalho e renda”, defende o presidente do Observatório Social, Danilo Vendruscolo. “É esse ciclo que precisamos fortalecer trabalhando em conjunto”, sublinhou.
Diagnóstico e ação
Para a secretária da Fazenda, Salete Horst, a plataforma apresentada pelo OSB – FI é uma ferramenta excelente para indicar os motivos que levam o empresário local a não participar com assiduidade das licitações. O sistema IDAIL 2020 será utilizado para ações mais assertivas pelo Grupo de Trabalho de Acesso ao Mercado, que atua nessa demanda.
“Ações conjuntas do poder público e sociedade civil organizada poderão mudar essa realidade e fazer com que o empresariado local passe a participar dos certames e que essa fonte de recursos permaneça no município”, afirmou. “Assim, mais empregos, renda e desenvolvimento serão gerados”, concluiu Salete Horst.
Para o consultor do Sebrae Marcelo Padilha, a ferramenta disponibilizada pelo Observatório Social em Foz do Iguaçu auxilia na análise do comportamento do mercado de compras públicas localmente. “É esse tipo de visão e ação que favorece e incentiva a maior participação de empresas da cidade nos processos de compras e aquisições”, afirmou.
“Vejo que, além de todo o esforço realizado pelo Observatório Social e de seus parceiros, teremos um desafio significativo na mobilização dos empreendedores para explorarem mais o mercado governamental”, prosseguiu. “Esse é o caminho para impulsionarmos a nossa economia, fazendo com que o recurso de Foz permaneça em Foz”, frisou Marcelo Padilha.
Ações combinadas
Coordenador do Observatório Social do Brasil – Foz do Iguaçu, Thyago Klipe cita alguns exemplos do estudo sobre os certames. Dos R$ 26 milhões em compras de alimentos dentro do Paraná, somente R$ 4,5 milhões foram vencidos por empresas de Foz do Iguaçu. Em materiais de construção, dos R$ 24 milhões adquiridos de firmas paranaenses, só R$ 3,6 milhões são de empreendimentos locais.
“O primeiro passo para participar de licitação é o conhecimento, por isso é fundamental o fortalecimento do cadastro de fornecedores iguaçuenses do Escritório de Compras”, apontou. “Adequação e novas legislações e a consolidação do planejamento anual de compras também favorecerão as empresas da cidade a participar e a vencer os certames de órgãos municipais”, enumerou Thyago Klipe.
Levantamento
A plataforma Inteligência de Dados Aplicados em Indicadores de Licitações apurou que os processos licitatórios municipais em 2020 totalizaram R$ 181,9 milhões. Desse montante de recursos, R$ 37,2 milhões (20,4%) ficaram em Foz do Iguaçu, R$ 108,5 milhões (59,6%) foram vencidos por empresas de cidades do Paraná, e R$ 36,2 milhões (19,9%) foram para outros estados.
(Observatório Social do Brasil – Foz do Iguaçu)