Educadores das escolas estaduais podem entrar em greve
Proposta será apresentada na assembleia da categoria, em Curitiba Não há condições para começar as aulas nas escolas da rede estadual de educação. Essa é avaliação dos educadores de Foz do Iguaçu e região, aprovada na reunião ampliada do Conselho Regional, nesta quarta-feira, 24. Os trabalhadores em educação propõem greve por tempo indeterminado para que […]
Proposta será apresentada na assembleia da categoria, em Curitiba
Não há condições para começar as aulas nas escolas da rede estadual de educação. Essa é avaliação dos educadores de Foz do Iguaçu e região, aprovada na reunião ampliada do Conselho Regional, nesta quarta-feira, 24. Os trabalhadores em educação propõem greve por tempo indeterminado para que o governo atenda a pauta de reivindicações.
A proposta de paralisação será apresentada e debatida neste sábado, na Assembleia Estadual dos educadores, que acontece em Curitiba. O primeiro dia de aula nos estabelecimentos de ensino do Paraná está marcado para 19 de fevereiro. Antes disso, nos dias 15 e 16, os servidores participam de formação pedagógica nas escolas.
A necessidade da greve foi defendida de forma unânime na reunião do Conselho Regional da APP-Sindicato/Foz. Para os professores e agentes educacionais, o governo não parou de adotar medidas que retiram direitos nem mesmo quando a categoria aprovou o estado de greve, em novembro do ano passado.
“No final de 2017, o governo confirmou a redução dos salários dos professores PSS, retirando cerca de R$ 380 da remuneração dos profissionais de 40 horas”, afirma Cátia Castro, presidenta da APP-Sindicato/Foz. “Também anunciou que deixará sem trabalho 10 mil docentes temporários, repetindo o que fez no ano passado”, diz.
Perda do poder aquisitivo
Entre as principais reivindicações dos educadores está a reposição da data-base, que o governo deveria ter efetuado o pagamento em janeiro e maio de 2017, conforme os acordos para o fim das greves dos anos anteriores. As perdas para a categoria totalizam 8,53%. O Governo do Paraná ainda deixou de incluir no orçamento de 2018 o percentual de 3% de reposição.
“A data-base não é aumento, é um dispositivo para recompor o poder aquisitivo que o trabalhador perde com a inflação. No Paraná, o governo não respeita esse direito”, aponta Cátia Castro. “As perdas são ainda maiores, pois com a redução da hora-atividade somos obrigados a cumprir jornada e volume de trabalho maiores, porém sem aumento da remuneração”, ressalta.
A dirigente sindical destaca que a gestão estadual não cumpre a Lei do Piso Salarial Nacional e setores da categoria ganham menos que o salário mínimo regional. “O edital PSS para serviços gerais estabelece salário de pouco mais mil reais para jornadas de 40 horas semanais. Já os professores ganham 23% abaixo do piso salarial fixado em lei”, frisa.
Distribuição de aulas
A resolução de distribuição de aulas para o ano de 2018, divulgada pelo governo recentemente, também é um dos motivos que levaram os educadores a propor a greve. O documento mantém a redução da hora-atividade de 33% para 25%, medida considerada ilegal pelo sindicato e institui outras diretrizes novas.
“É uma resolução punitiva. De forma geral e sem muita clareza, o governo proíbe a distribuição de aulas extraordinárias para o professor que teve 3% de faltas em 2017. É uma ingerência do governador Beto Richa para que os educadores não reivindiquem seus direitos”, reflete Castro. “A resolução faz aumentar o desemprego e provoca a superlotação de turmas, afetando a qualidade do ensino”, aponta.