Conselho Regional da APP-Sindicato/Foz propõe greve da educação
Decisão dos educadores de Foz do Iguaçu e região será debatida na Assembleia Estadual Professores e funcionários da rede estadual de ensino das nove cidades que integram a base da APP-Sindicato/Foz aprovaram a proposta de começar a greve da educação no próximo dia 15 de fevereiro, coincidindo com o início do ano letivo. A decisão […]
Decisão dos educadores de Foz do Iguaçu e região será debatida na Assembleia Estadual
Professores e funcionários da rede estadual de ensino das nove cidades que integram a base da APP-Sindicato/Foz aprovaram a proposta de começar a greve da educação no próximo dia 15 de fevereiro, coincidindo com o início do ano letivo. A decisão foi tomada durante reuniões descentralizadas do Conselho Regional da entidade, realizadas em Foz do Iguaçu e Medianeira. A proposta será deliberada pela Assembleia Estadual, neste sábado, 11, em Maringá.
Para os educadores, ao impor a resolução 113/2017, o Governo do Paraná não oferece outra alternativa para a categoria senão a paralisação. Com a medida, o governo está negando aulas extraordinárias a professores que permaneceram afastados para tratamento médico ou outras licenças previstas em lei e ameaça reduzir pela metade seus salários. A distribuição punitiva de aulas está obrigando os docentes a trabalhar em até sete escolas diferentes.
Os trabalhadores da educação denunciam, ainda, que o governador Beto Richa (PSDB) não cumpriu o acordo firmado para o fim da greve da educação de 2015, que previa o pagamento da data-base em janeiro deste ano, correspondente à reposição das perdas decorrentes da inflação. A gestão estadual também continua negando-se a pagar o Piso Salarial Nacional, mantendo remuneração abaixo dos valores fixados na legislação.
“Na categoria, é unânime o sentimento de revolta com as condições que o governo impõe. Nas duas reuniões que fizemos, foi majoritária a defesa da greve no início do ano letivo, pela reiterada negativa do governo em negociar”, frisou o presidente da APP-Sindicato/Foz, Fabiano Severino. “Não aceitaremos as mentiras deste governo, sua perseguição aos servidores e nem as mais de sete mil demissões às custas de uma resolução punitiva e ilegal”, enfatizou.
Conjunto de ataques
Durante as reuniões do Conselho Regional da APP-Sindicato/Foz, os educadores avaliaram que as ações do governo que causam prejuízos à escola pública e à qualidade da educação vão além das medidas anunciadas recentemente. Para a categoria, são sistemáticas e continuadas as investidas do Governo do Paraná para efetivar o desmonte do sistema de ensino e a precarização da carreira na educação.
“O cenário não é só de greve, mas sim de resistência a uma guerra lançada pelo poder econômico por meio dos governos para retirar os direitos dos educadores, do funcionalismo e dos trabalhadores em geral”, enfatizou Cátia Castro, secretária de Formação da APP-Sindicato/Foz. “O momento de iniciar a greve é agora. Sem aulas extraordinárias, com educadores recebendo meio salário e com sete mil colegas demitidos, como vamos resistir mais tarde?”, refletiu.
Professora em Santa Terezinha de Itaipu, Karolina Busnello enumerou as medidas do governo que afetam a vida escolar. “O governo cria uma série de dificuldades, aplicadas de forma fracionada para desmobilizar a categoria”, destacou. “Tem professor que sequer recebeu as aulas de seu padrão (concurso), que dirá as extraordinárias. Com o sistema de porte, teremos salas superlotadas e ficaremos doentes com a sobrecarga de trabalho”, alertou.
Resolução da maldade
A professora Andreia Queiroz Dutra Souza, de 38 anos, que leciona em São Miguel do Iguaçu, é uma das vítimas da resolução 113/2017. Com base na normativa punitiva, o Governo do Paraná negou aulas extraordinárias à educadora. Andreia obteve licença médica depois que iniciou tratamento oncológico em setembro de 2016, tendo realizado procedimento de mastectomia, seguido de quimioterapia.
A educadora, que há 12 anos atua na Educação Especial, disse que sentiu um choque ao receber a informação de que não poderia receber as aulas extraordinárias como todos os anos, tão forte quanto ao descobrir a própria doença. “Sofremos um choque ao descobrir doença tão cruel, que judia. E, agora, esta segunda crueldade do governo que nos impede de trabalhar integralmente”, explicou.
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