Para a categoria, não há protocolos seguros para a volta às aulas presenciais. Foto ilustrativa: Pixabay

Professora e aluna do Colégio Estadual Jorge Schimmelpfeng foram diagnosticadas com covid-19. A instituição em Foz do Iguaçu retomou as aulas presenciais, que foram autorizadas pelo Governo do Paraná, com mediação do Núcleo Regional de Educação (NRE).

A educadora teve contato com uma aluna infectada pelo novo coronavírus. Após sentir sintomas, a profissional realizou o teste que comprovou a doença. Não houve orientação à escola para fechá-la preventivamente ou suspender as aulas, apenas para fazer o “rastreamento” da condição dos alunos.

A ocorrência de covid-19 na comunidade escolar comprova o que educadores e especialistas vêm reiterando: não há protocolos seguros para a reabertura dos colégios para o ensino. Neste momento, as cidades do Paraná enfrentam a aceleração da doença. Em Foz do Iguaçu, oito estabelecimentos de ensino retomaram as aulas presenciais; na região, são 28 ao todo.

“Educadores, estudantes e suas famílias estão expostos, correm o risco de adoecer e até perder a vida”, frisa o presidente da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez. “Como os governos permitem aulas presenciais na pior fase da pandemia, com alta nos contágios e elevada ocupação hospitalar?”, questiona.

Para Diego, reabrir escolas para aulas, além de promover um espaço a mais de contaminação e elevar a circulação de pessoas, transmite uma mensagem dúbia à população. “Passa a falsa ideia de que a situação está sob controle, o que resulta em negação ou relaxamento dos cuidados”, frisa.

Aceleração da doença em Foz e região

O educador relembra que a situação nas cidades da área de abrangência da 9ª Regional de Saúde, que reúne Foz do Iguaçu e Medianeira, as mais populosas na microrregião, levou gestores locais a adotar medidas restritivas. Mas as escolas permanecem abertas.

“São restrições parciais, que têm efeito limitado e provisório, basta olharmos para o cenário recente”, reflete Diego. “Os prefeitos têm a condição de promover ações mais contundentes, incluindo a suspensão das aulas. São nas cidades, afinal, onde as pessoas sofrem com a pandemia e buscam atendimento”, completa.

À beira do colapso

Foz do Iguaçu poderá entrar em colapso na rede pública de atendimento à saúde. A média móvel de casos diários de covid-19 aumenta, a taxa de ocupação da UTI do Hospital Municipal é de 100%, e há fila de pacientes para leitos na unidade de terapia intensiva. O hospital atende pacientes graves da doença das nove cidades da região.

(APP-Sindicato/Foz)