Biblioteca Municipal de Foz completa 50 anos
Aniversário é festejado com programação especial na Feira do LivroA Biblioteca Pública Municipal completa nesta sexta-feira 50 anos de serviços prestados em prol da leitura em Foz do Iguaçu. O aniversário acontece em plena 9ª Feira Internacional do Livro, com uma série de atividades para marcar as comemorações pelas cinco décadas do espaço cultural de […]
Aniversário é festejado com programação especial na Feira do Livro
A Biblioteca Pública Municipal completa nesta sexta-feira 50 anos de serviços prestados em prol da leitura em Foz do Iguaçu. O aniversário acontece em plena 9ª Feira Internacional do Livro, com uma série de atividades para marcar as comemorações pelas cinco décadas do espaço cultural de todos os iguaçuenses, criado em 6 de setembro de 1963.
Ao longo do tempo, a “Elfrida Engel Nunes Rios” (nome em homenagem à pioneira iguaçuense) já funcionou em vários lugares: começou numa sala da prefeitura; depois foi para onde hoje é o Foztrans; ficou um tempinho no prédio da Câmara Júnior, e um tempão no Colégio Parigot de Souza. Desde 1997, está instalada no mesmo prédio da Fundação Cultural. Muito chão percorrido, muita história para contar.
Mas quem passou e passa pela biblioteca pública? Com a palavra, a servidora Dalva Cemin Pimentel. Dos seus 47 anos de vida, 28 anos foram dedicados ao atendimento aos leitores. Hoje o público é diversificado, com muitas crianças, jovens, adultos e idosos. O desafio é diário: conquistar leitores novos e manter os amantes das letras na casa. Entre os leitores, ela sorri ao contar as histórias daqueles que vão à biblioteca em busca de um tempo mais cadenciado numa época de velocidade da informação e urgências sem fim. Há desde o sujeito em busca de um abraço à senhora a procura de uma conversa rápida. “Aquela cultura do silêncio impositivo deu lugar para a humanização”, contou a servidora.
Usuários – A biblioteca tem cerca de 9,2 mil pessoas cadastradas, entre uma população iguaçuense que conta com 280 mil moradores. Daqueles com carteirinha, dois mil são leitores assíduos – não passam mais de um mês sem emprestar um livro. Muitos deles fazem questão de pegar a primeira pessoa ali no corredor para indicar a leitura daquela obra que acabou de tirar-lhe o fôlego.
A estudante do terceiro ano do Ensino Médio Márcia Alves, 18 anos, é uma das leitoras. Ela relatou que gosta de ler temas diversos. “A gente anda tão apressado que é bom sentar e ler. É um momento de repouso em que a gente está absorvendo conhecimento. Acho que devia ter mais diversidade de livros. Pelo contexto histórico, os livros valem a pena”, disse a moradora da Vila A.
Já o bombeiro Cesar Espinola, 29 anos, é um dos frequentadores do espaço. “Sempre que posso venho aqui porque é tranquilo para estudar. Gosto deste ambiente, onde posso me concentrar melhor. Estou estudando para um concurso”, disse.
Desafios – O ambiente cultural é um cenário bacana, rico de histórias, mas esse universo precisa aumentar. Para isso é preciso estimular uma integração maior da comunidade com as prateleiras. “O povo reivindica melhorias no posto de saúde, é justo, mas também deve cobrar mais atividades, como rodas de conversas e contação de histórias dentro da biblioteca”, avaliou Dalva.
Na opinião dela, a população pode contribuir significativamente para a valorização do papel social da biblioteca. Isso porque a formação profissional e do cidadão passa pela informação e aprendizado, ambos os fatores ligados à leitura, ao conhecimento. “Se reconhecermos isso, a biblioteca terá seu valor reconhecido como centro de cultura.”
FEIRA DO LIVRO COMEMORA OS 50 ANOS DA BIBLIOTECA
Um bocadinho desse clima foi transportado para o seu estande na 9ª Feira do Livro, o qual o público é estimulado a visitar. No estande, o leitor tem acesso aos livros sobre a história de Foz, os gibis sensação do momento (a Turma da Mônica Jovem), entre outros títulos, bem como a serviços de renovação e emissão de carteirinha e consultas on-line ao acervo público.
Para marcar o aniversário da “cinquentinha”, o evento tem palestras e oficinas especiais na Praça das Nações (Mitre) e também na própria sede da biblioteca. “Estamos com uma programação especial para celebrar a leitura e a literatura com objetivo de integrar as pessoas e o livro, o centro e o bairro”, resumiu Arinha Rocha, diretora de Cultura da Fundação Cultural.
Entre as ações à que se refere a gestora cultural está o painel “Ler e Viver”, realizado na sede do equipamento de leitura com a presença de Rogério Pereira, coordenador da Biblioteca Pública do Estado do Paraná. A agenda inclui oficinas, palestras, rodas de conversas especificas para a área.
Integração – A comemoração inclui integração com ações em duas bibliotecas situadas nas regiões populares do município: Biblioteca Comunitária (Cidade Nova) e Biblioteca Cidadã Paulo Freire (Vila “C”). O objetivo é ampliar as intervenções relacionadas ao livro e à leitura a ser mantidas de forma permanente pela administração municipal.
ACERVO PÚBLICO POSSUI QUASE 50 MIL LIVROS
A Biblioteca Municipal Elfrida Engel Nunes Rios possui 49,7 mil livros de todos os gêneros. E não é só coisa antiga, não. O acervo de romances contemporâneos, por exemplo, é uma febre na juventude e tem lugar cativo nas prateleiras. Também há revistas, jornais e gibis, computadores ligados à internet, livros em braile e áudio-livros para os portadores de necessidades especiais, DVDs, folhetos e mapas.
Sua sede fica no prédio da Fundação Cultural, localizada na Rua Benjamin Constant, 62. Nela trabalham oito servidores e dois guardas mirins, que realizam em média 240 atendimentos por dia: empréstimos, renovações, devoluções, reservas de livros, pesquisas bibliográficas, leituras locais, visitas dirigidas, reproduções, acesso à internet, informações, etc.
Extensões – A biblioteca possui outras unidades com a proposta de descentralizar o acesso aos livros: uma no Complexo Educacional Leonel de Moura Brizola, no bairro Três Lagoas, com 4,1 mil volumes; a outra funciona em parceria com o governo estadual – é a Biblioteca Cidadã Paulo Freire, na Vila C, cujo acervo reúne 2,5 mil exemplares.
Doações – Durante estas cinco décadas de estrada foram extraviados em torno de dez mil livros. O usuário pega o livro emprestado, porém “se esquece” de devolver. Para Dalva, falta consciência por parte de alguns usuários. Em contrapartida, tem uma senhora de 50 anos acostumada a doar livros toda semana. Ela compra, lê e já repassa para o município. Ações como essa ajudam a manter a qualidade do acervo.
SERVIÇO
Biblioteca Municipal Elfrida Engel Nunes Rios
Rua Benjamin Constant, 62 (prédio da Fundação Cultural)
Telefone: (45) 3521-1514
Horário: de segunda a sexta, das 8h às 18h
www.pmfi.phlnet.com.br