Servidores continuam mobilizados e em estado de greve

Os trabalhadores em educação do Paraná aprovaram o fim da greve nas escolas públicas, neste sábado, 18, durante a Assembleia Estadual da categoria, realizada em Curitiba. A paralisação teve início dia 15 de março, acompanhando o movimento nacional deflagrado por diversas centrais sindicais contra as reformas trabalhista e da Previdência, além das pautas de cada Estado. Com a decisão, as aulas serão retomadas nesta segunda-feira, 20.

O encontro estadual deliberou pela manutenção do estado de greve e da assembleia permanente, o que permite a convocação da base de servidores em 24 horas. Os educadores também aprovaram um calendário de mobilizações, que prevê diversas atividades públicas. O objetivo é manter o debate e fortalecer a resistência em torno da pauta da educação junto a estudantes, pais e mães de alunos, sindicatos e movimentos sociais.

Conforme o secretário de Funcionários da APP-Sindicato/Foz, Diego Valdez, durante a assembleia foi destacada a força das mobilizações no Estado e no país, contrárias ao retrocesso representado pelas reformas propostas pelo Governo Federal e pelas medidas impostas pela gestão estadual que retiram direitos. No dia 15 de março, frisou Valdez, a greve geral paralisou 90% das escolas, com atos públicos em Foz do Iguaçu e nas cidades da região.

“A greve geral foi uma etapa de resistência, mas muitas outras virão. O movimento permitiu um amplo diálogo na sociedade brasileira sobre os direitos que estão em risco, caso as reformas da previdência e trabalhista avancem”, avaliou Diego Valdez. “A população, que vinha recebendo informações manipuladas por meio da propaganda oficial, teve acesso ao debate verdadeiro, podendo avaliar o quanto ainda poderá perder”, disse.

Calendário

O calendário de atividades aprovado pelos educadores paranaenses inclui a intensificação de reuniões e debates com deputados federais para cobrar dos parlamentares o posicionamento contrário às reformas trabalhista e previdenciária. Os servidores propõem às centrais sindicais a organização de atos, manifestações e paralisação das atividades profissionais durante a tramitação da proposta no Congresso Nacional.

A agenda inclui ações conjuntas com os estudantes para evitar a implementação da nova legislação do ensino médio no Paraná. Também serão criados comitês formados por sindicatos e movimentos sociais em defesa da educação pública e gratuita. Os colegiados de trabalhadores terão a finalidade de envolver a população na luta contra as reformas e as medidas do Governo Estadual que promovem o desmonte da escola e da carreira dos educadores.