Mobilização é contrária às mudanças na aposentadoria e na lei trabalhista

Educadores, estudantes e integrantes dos movimentos sociais de Foz do Iguaçu e de cidades da região participam dos protestos em Brasília (DF), na próxima quarta-feira, 24, contra os projetos que alteram a aposentadoria e a lei trabalhista. A mobilização, convocada por nove centrais sindicais, espera reunir na Capital Federal mais de 100 mil pessoas de todo o país.

Ônibus com trabalhadores e ativistas de Foz, Assis Chateaubriand, Cascavel e Toledo integram a caravana nacional. Chamado de “Ocupa Brasília”, o movimento é mais uma etapa da mobilização para frear as reformas que retiram direitos da população, medidas elaboradas pelo Governo Federal em trâmite na Câmara dos Deputados e no Senado da República.

A secretária de Formação da APP-Sindicato/Foz, Cátia Castro, explica que a atividade representa a continuidade das manifestações realizadas desde a greve geral de 28 de abril. Na ocasião, cerca de 35 milhões de trabalhadores brasileiros cruzaram os braços contra as reformas da Previdência e trabalhista, paralisação considerada uma das maiores da história do país.

“As medidas visam cobrar dos trabalhadores o custo da crise econômica, geram desemprego e retiram direitos para garantir o pagamento de juros a banqueiros”, afirma Cátia Castro. “As reformas são rejeitadas pela grande maioria da sociedade brasileira, mas ainda assim o governo e o congresso querem aprová-las sem qualquer debate, de forma autoritária”, aponta.

Mudanças na lei

Se for aprovada, a reforma da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) visa permitir que as negociações entre patrão e empregado passem a valer acima da lei, fragilizando as relações de trabalho.  Também aprova intervalo de meio hora para almoço, redução de salários para trabalhos abaixo de 30 horas semanais, fim das férias de 30 dias e jornadas laborais sem limites.

A reforma da Previdência desmonta o sistema de aposentadoria. As mudanças aumentam a idade mínima para o trabalhador aposentar-se (65 para homens, 62 para mulheres), fixa em 40 anos o tempo e contribuição para o benefício integral, acaba com as aposentadorias especais (professores, trabalhadores rurais) e com o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a pessoas idosas ou com deficiências.

Ocupa Brasília

As manifestações de 24 de maio em Brasília reúnem diversas categorias de trabalhadores do campo e da cidade, movimentos sociais e outros segmentos. O protesto é convocado pelas centrais sindicais CGTB, CSB, CSP Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT. Depois do Ocupa Brasília, as entidades avaliam a necessidade de nova greve geral.